quinta-feira, 23 de agosto de 2012

SEMINÁRIO DIOCESANO DE CAMPINA GRANDE REALIZA CURSO COM PADRE FERNANDO CARDOSO



Olá amigos internautas que visitam nosso blog;

É com muita alegria que trazemos até você mais um curso de extensão cultural com o renomado biblista e apresentador dos Programas "Páginas Difíceis da Bíblia" e "Pão  Nosso de Cada Dia"; veiculados na REDE VIDA, o Padre Fernando Cardoso.



domingo, 19 de agosto de 2012

VOCAÇÃO


Deixar tudo e seguir a Jesus Cristo!

“A colheita é grande, mas os operários são poucos!” (Mt 9,37)
Não é tão fácil compreender com rapidez o significado do chamado do mestre Jesus. Necessita de um tempo de caminhada, e esse tempo implica em maturidade, pois deixar pai, mãe, amigos, emprego e até possibilidade de sucesso para se colocar inteiramente a serviço dos irmãos, exige no mínimo uma atitude de fé e coragem.
A decisão de deixar a casa paterna é livre. Nenhum jovem é obrigado segui-lo, ninguém pode sentir-se pressionado, quando sentimos o chamado do Mestre em nosso coração não há como hesitar! É preciso ir em frente, lançar-se sem reservas. Para quem faz uma opção consciente não há porque se preocupar com o que comer, o que vestir, com o dinheiro, tudo isso se torna desnecessário de preocupação, pois um coração partido não pode seguir Jesus, um coração que não esteja disposto a um ato de amor maior, também terá dificuldades de manter-se fiel ao projeto de amor.
Uma resposta de amor ao chamado de nossa vocação exigirá ruptura como todas as demais opções que o jovem faz na vida. Exige de nós que vivamos as limitações das opções. Tudo é doação. “Eu vim para fazer s tua vontade e não a minha” (Jo 6,38).
O chamado de Deus é sempre um interrogativo e é bom que seja assim, pois dessa forma o vocacionado nunca pára. Continuamente estar à procura. A busca dinamiza a ação da pessoa chamada.

    
Jucélio Lindenberg 



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

IPADS E SMARTPHONES NÃO PODEM SUBSTITUIR MISSAL NA LITURGIA



O Padre Antônio Spadaro, conhecido popularmente como o "ciberteólogo" do Vaticano, explicou por que os distintos dispositivos móveis como Ipad, Smartphones e tablets não podem substituir o Missal Romano nem os tradicionais livros na liturgia católica.

O sacerdote, membro do Pontifício Conselho das Comunicações, comentou em seu blog a decisão da Conferência Episcopal da Nova Zelândia de negar-se ao pedido de vários sacerdotes do país que solicitaram usar estes dispositivos móveis nas liturgias que celebram.

Através da edição de julho da revista italiana ‘Jesus’, e no seu blog "CyberTeologia", o Padre Spadaro explica como muda o conceito do livro sagrado nos tempos do iPad, e considera que graças aos aplicativos que permitem rezar a oração do Breviário, ou o Missal, como o iBreviary, pode-se difundir o uso dos livros litúrgicos no mundo digital.

Porém, recordou que "a página do Evangelho, permanece como parte integrante da ação ritual da comunidade cristã".

O presbítero explicou que "é inimaginável que se leve em procissão um iPad ou um computador portátil, ou que em uma liturgia um monitor seja solenemente incensado e beijado", e portanto, "a liturgia, é o baluarte de resistência da relação texto-página contra a volatilização do texto desencarnado de uma página de tinta; o contexto no qual, a página permanece como o ‘corpo’ de um texto".

Finalmente, o ciberteólogo convidou a pensar no Concílio do Trento, o qual abraçou a tecnologia de vanguarda dos seus tempos que foi a imprensa, e "permitiu a criação de edições úteis para a criação de uma liturgia realmente global, quer dizer, uniforme em todas as dioceses e paróquias", concluiu.

Um estudo realizado em 2010 pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz e pela Universidade de Lugano com o apoio da Congregação para o Clero, demonstrou que 17,5 por cento dos sacerdotes do mundo usava internet ao menos uma vez ao dia para rezar a liturgia das horas, enquanto que, até quase 36 por cento, o fazia ao menos uma vez à semana.

Fonte: ACI/EWTN Noticias

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

MENSAGEM DO NOVO BISPO DE CAMPINA GRANDE-PB



Olá internautas...acolhemos com muita alegria e entusiasmo a mensagem do nosso novo Pastor, Dom Frei Manuel Delson,OFMcap.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

CAMPINA GRANDE TEM NOVO BISPO



Papa nomeia novo bispo para Campina Grande

Dom Delson  Pedreira da Cruz
 Na manhã de hoje, 8 de agosto, o Papa Bento XVI, transferiu o    bispo de Caicó (RN), Dom frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, para a diocese vacante de Campina Grande (PB). 

 Dom Delson é vice-presidente da CNBB Nordeste 2 (composta pelos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e  Rio Grande do Norte) e Bispo referencial para a Comunicação do Regional. 

 Dom Manoel nasceu Biritinga (BA) em 1954. Estudou Filosofia e Teologia no Seminário São Francisco de Assis, em Nova Veneza (SP). Tem mestrado em Ciência da Comunicação, na Pontifícia Universidade Salesiana, em Roma, e licenciatura em letras pela Universidade Católica de Salvador (BA).

 O novo bispo de Campina Grande foi ministro provincial em Salvador (1998 e 2001) e exerceu o cargo de Definidor Geral para a América Latina junto à cúria geral dos Capuchinhos (2002 a 2006).

Seu lema episcopal é “Ide aos meus irmãos” (Jo 20,17).

Fonte: CNBB

terça-feira, 7 de agosto de 2012

FRONTEIRAS DA LIBERDADE





Fronteiras da Liberdade



Passei o dia de hoje pensando que título atribuir a esta reflexão. Foi quando alguém que atendi voluntariamente me ofereceu o termo “fronteiras”. Daí: Fronteiras da liberdade. O tema da liberdade já era pensado, e desde a semana passada questionava a mim mesmo sobre os limites desta liberdade. Quando começa e até onde vai a liberdade? Quais as condições para que uma pessoa seja livre? Ser livre é fazer o que se quer? Pontuarei a minha fala em dois eixos baseados na Logoterapia e Análise Existencial: 1 - não somos livres de tudo; 2 – Somos livres para nos posicionar diante de tudo.
Refletindo acerca do primeiro eixo sabemos que existem situações nas quais jamais poderemos nos libertar, quais sejam: o nosso código genético, a cultura na qual nascemos, memórias ou culpas do passado, e, não ocorrendo um milagre, livrar-nos de uma doença na qual ainda não se tem uma cura. Diante destas situações, não nos resta outra alternativa senão aceitarmos enquanto imposições do destino.
Importante destacar que destino aqui refere-se a tudo o que não podemos mudar. Ao contrário da visão de destino como um futuro definido, refiro-me a ele como todas as vivências instaladas no passado as quais não podemos mudar. Ora, se não somos livres deste destino, que grau de liberdade compete aos seres humanos? Falo aos seres humanos, porque todo e qualquer animal, com exceção do homem e da mulher, é submisso aos seus instintos e às leis da natureza. Eles não podem escolher, decidir ou se responsabilizar diante dos fatos. Adianto então o segundo ponto: a liberdade consiste em escolher, decidir e se responsabilizar diante de situações mutáveis e imutáveis.
Neste caso, se estou acometido de uma doença incurável, não podendo mudar o curso natural da morte, posso, ainda assim, escolher uma nova maneira de viver ou uma forma digna de morrer. Posso dar outro significado ao sofrimento através de uma nova forma de enxergar e viver a vida. Diante de uma culpa, se jamais poderei separar-me dela, posso me retratar dando a ela um sentido. Foi assim o que fez uma mulher que, anos após praticar um aborto, uma vez arrependida e não mais tendo condições físicas de gerar uma vida, resolveu adotar um filho. Foi também assim que uma jovem, traumatizada com a morte de sua mãe quando ainda ela era uma criança, trouxe o assunto numa psicoterapia ou numa confissão, perdoando a si mesma pelas vezes em que não deu o merecido valor à mãe, bem como perdoando a Deus, pois, inconsciente, acreditava que Deus tinha culpa na morte de seu ente querido. Viktor Frankl tinha absoluta razão: não somos “livres de”, mas somos “livres para”. Não somos livres para mudar determinadas situações, mas somos livres para nos posicionar diante delas.
Diferente do que muitas pessoas pensam, ser livre não é fazer o que vier à cabeça, pois assim fazem os animais irracionais, guiados pelos instintos ou pelos impulsos comandados pela sensação de prazer. Ser livre não é fazer o que se quer, pois em cada cultura a ética nos obriga a limitar a nossa liberdade desde que atinja os valores da coletividade. Na verdade, ser livre é poder dizer SIM às situações que possuem um sentido para a nossa vida e um bem-estar para os outros que convivem conosco. Também, ser livre é poder dizer NÃO às situações que nos põem a nos rebaixar, tais como o vício das drogas, sofrimentos desnecessários ou a morte suicida.
Tudo isto porque a liberdade supõe uma capacidade de escolhermos entre o bem e o mal, de decidirmos de que lado estamos e de nos responsabilizarmos diante das inúmeras situações que se apresentam em nossa vida.

ABRAÇOS, E ATÉ À PRÓXIMA SEMANA, SE DEUS QUISER.

Psicólogo Gilvan Melo




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

CIÚMES...


Há razão para o ciúme?

Psicólogo Gilvan Melo


Atônitos todos nós acompanhamos as notícias sobre o crime aparentemente passional da bacharela em Direito Elize Matsunaga, que assassinou e esquartejou o bilionário Marcos Matsunaga. De um conto de fadas no qual a mocinha pobre do interior do Paraná encontra o seu príncipe encantado, a um final macabro de filmes de terror, supostamente a motivação da morte foi o ciúme. Deixando outras motivações do crime à parte, põe-se em discussão: até que ponto o ciúme é benéfico ou maléfico numa relação a dois?
Tendo como sentimentos básicos do ser humano o amor e o ódio, entendo que o ciúme transita entre os dois, ou seja, ora motivado por um sentimento de zelo ao outro, ora mobilizado por sentimentos de posse, torna-se difícil identificarmos quando ele – o ciúme – é bom ou não à relação. Entretanto podemos aprofundar esta questão.
Vejam: se ao vermos o nosso parceiro ou parceira com outra pessoa aos abraços, beijos ou intimidades além da conta, e não sentimos ao menos uma ponta de ciúme, constatamos que há algo de errado em nós. Certamente o ciúme seria o sentimento mais provável nesta situação. Desabrochariam inseguranças, sentimentos de perda, de impotência, que consumaria em atos prováveis de agressões verbais ou físicas em direção ao parceiro (a). Estaríamos diante de um ciúme normal. Logicamente que falar em agressão e falar em assassinato e, principalmente, em esquartejamento, é outra coisa completamente diferente.
Vejamos duas outras situações: primeira: encontramos um número telefônico de um estranho ou estranha no bolso da camisa do parceiro ou na bolsa de nossa parceira; segunda: ao telefonarmos para o nosso namorado ou namorada descobrimos que ele ou ela não se encontra em casa. Se em ambas as situações, deduzimos que estamos sendo traído ou traída, é, no mínimo, uma atitude precipitada, quando não até neurótica. Ora, podemos até questionar de quem é o número do telefone encontrado ou para onde foi o nosso amado (a), sem, contudo, e antes, amarmos um barraco ou agredirmos com ofensas verbais ou físicas o parceiro ou parceira. Quando se instala um ciúme de natureza semelhante a estas situações, estamos diante de um ciúme patológico.
Para o espanhol Miguel de Cervantes "Os ciumentos sempre olham para tudo com óculos de aumento, os quais engrandecem as coisas pequenas, agigantam os anões e fazem com que as suspeitas pareçam verdades."
E se “o ciúme quando é furioso produz mais crimes do que o interesse e ambição”, como disse o pensador francês Voltaire, fica a lição do inglês William Shakespeare, que escreveu Otelo, o Mouro de Veneza, um clássico da literatura e da temática do ciúme: “Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes, que escarnece do próprio pasto que o alimenta. Quão felizardo é o enganado que, cônscio de o ser, não ama a sua infiel! Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida, e, suspeitando, adora.”
Felizes mesmo são aqueles que amam e não precisam do ciúme para provar que amam. Amam pelo simples fato de amarem sem nada quererem em troca, nem mesmo a recíproca do amor. E amando, vivem apenas o seu amor e acreditam no amor do amado ou da amada.

AOS AMANTES DO AMOR, FELIZ DIA DOS NAMORADOS.





TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS

*Prof: Felipe Aquino


O  episódio misterioso da Transfiguração de Jesus sobre um monte elevado, o Tabor, diante de três testemunhas escolhidas por ele: Pedro, Tiago e João, se situa no contexto a partir do dia
em que Pedro confessou diante dos Apóstolos que Jesus é o Cristo, “o Filho de Deus vivo”. Esta confissão cristã aparece também  na exclamação do centurião diante de Jesus na cruz: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc 15,39), pois somente no Mistério Pascal o cristão pode entender o pleno significado do título “Filho de Deus”.   

A partir desta revelação de Pedro, inspirado pelo Pai, Jesus, diz S. Mateus, “começou a mostrar a seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse… que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia” (Mt 16,21). Pedro rechaça este anúncio, os demais também não o compreendem, mas Jesus mostra a eles que afastá-lo do cálice da Paixão, que ele deveria beber, era ser movido por Satanás.  
O Evangelho segundo S. Lucas destaca a ação do Espírito Santo e o sentido da oração no ministério de Cristo. Jesus ora antes dos momentos decisivos de sua missão: antes de o Pai dar testemunho dele por ocasião do Batismo e também antes da Transfiguração, e antes de realizar por sua Paixão o plano de amor do Pai. 
O rosto e as vestes de Jesus tornam-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, e é importante notar que o evangelista destaca sobre o que eles falavam: “de sua partida que iria se consumar em Jerusalém” (Lc 9,31). Uma nuvem os cobre e uma voz do céu diz: “Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o” (Lc 9,35).  A nuvem e a luz são dois símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Desde as manifestações de Deus (teofanias) do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo.  
Na Transfiguração a Trindade inteira se manifesta: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Espírito, na nuvem clara. E Jesus mostra sua glória divina, confirmando, assim, a confissão de Pedro. Mostra também que, para “entrar em sua glória” (Lc 24,26), deve passar pela Cruz
em Jerusalém. Moisés e Elias haviam visto a glória de Deus sobre a Montanha; a Lei e os profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. Fica claro que a Paixão de Jesus é sem dúvida a vontade do Pai: o Filho age como servo de Deus.   

A rica liturgia bizantina assim reza na festa da Transfiguração: “Vós vos transfigurastes na montanha e, porquanto eram capazes, vossos discípulos contemplaram vossa Glória, Cristo Deus, para que, quando vos vissem crucificado, compreendessem que vossa Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que vós sois verdadeiramente a irradiação do Pai.” 
No limiar da vida pública de Jesus temos o seu Batismo; no limiar da Páscoa, temos a sua Transfiguração. Pelo Batismo de Jesus foi manifestado o mistério da primeira regeneração: o nosso Batismo; já  a Transfiguração mostra a nossa própria ressurreição. Desde já  participamos da Ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que age nos sacramentos da Igreja. A Transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa do Cristo, como disse S. Paulo, ” Ele vai transfigurar  nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso” (Fl 3,21). Mas ela nos lembra também que com Jesus “é preciso passarmos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus” (At 14,22). Por isso, como Cristo, o cristão não deve temer o sofrimento. 
Unidos a Cristo pelo Batismo, já  participamos realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece “escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3). “Com ele nos ressuscitou e fez-nos sentar nos céus,
em Cristo Jesus” (Ef 2,6). Nutridos com seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos “manifestados com Ele cheios de glória” (Cl 3,3). 

Santo Agostinho nos ensina que: “Pedro ainda não tinha compreendido isso ao desejar viver com Cristo sobre a Montanha. Ele reservou-te isto, Pedro, para depois da morte. Mas agora Ele mesmo diz: Desce para sofrer na terra, para servir na terra, para ser desprezado, crucificado na terra. A Vida desce para fazer-se matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas sofrer?” (Sermão 78,6). 
Assim, pela Transfiguração Jesus preparou os discípulos para não se escandalizarem com a sua Paixão e morte na Cruz, o que para eles foi um trauma e um grande desafio; mostrou-lhes a Sua glória e divindade; e deu-lhes conhecer um antegozo do Céu. Mas para isso, como Ele, temos que passar pelas provações deste mundo, sempre ajudados pelas consolações de Deus. 

FONTE: Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br


DROGAS...


 “Drogas nunca mais”

Psicólogo Gilvan Melo


“Drogas nunca mais” é o título de uma das músicas do cantor e compositor Ednaldo Francisco, um dos coordenadores da Fazenda do Sol, localizado em Campina Grande. Quem conhece a realidade de um dependente químico sabe que histórias se repetem, êxitos e insucessos também. Se há muitos que venceram o vício das drogas, muitos também têm submetido as suas vidas sob o jugo de intermináveis fórmulas de destruição: crack, cocaína, LSD, entre outras.
Mais que as guerras, as catástrofes naturais e os desastres automobilísticos, as drogas têm ceifado do mundo muitos jovens, têm destruído muitas famílias e provocado inúmeros desafetos e problemas psicológicos na atualidade. Quem, infelizmente, não conhece alguém que, devido às drogas, moram em casas de acolhida, abandonaram seus empregos e famílias ou largaram seus estudos? Quantos jovens vivem hoje em depressão porque se entregaram ao mundo das drogas, e não têm forças para se reerguerem?
Certa vez o psiquiatra Antônio Mourão, numa conferência em que também eu estava presente, desafiou o público sobre o uso das drogas. Afirmava ele que todos ali tinham algum dia provado algum tipo de droga. E prosseguiu elencando quais os tipos de droga que se referia: álcool, café, chocolate, calmantes, ansiolíticos, fora as drogas ilícitas. O mais interessante: “se alguém quiser conhecer sintomas de um drogado, basta conhecer os sintomas de um homem apaixonado: vive pensando nela, sente saudades dela, possui desdobramentos orgânicos e afetivos quando dela está ausente, enfim, sintomas de um drogado e de um apaixonado são semelhantes.”
Pertinentes reflexões deste psiquiatra. Pertinentes porque achamos que drogado é somente aquele que se utiliza de maconha, cocaína, crack, e todos nós, que assistimos às suas desgraças, estamos isentos dela. Ledo engano: Se depositamos o sentido de nossa vida em algo passageiro, seja um alimento, um vício qualquer (jogar, comprar, trabalhar, etc) ou até mesmo uma pessoa cuja função é obedecer aos nossos instintos carnais, corremos o grande risco de nos tornarmos dependentes químicos.
Especialistas que trabalham com a problemática da dependência, são unânimes em afirmar que o álcool é a pior droga e a mais nociva às pessoas. Ele – o álcool - é a porta de entrada de outras drogas. É ele que provoca separações conjugais, que faz perder empregos, que pode gerar impotência sexual, e o pior: que, sutilmente, faz de nós joguetes no mundo, pessoas irresponsáveis, que nada responde aos apelos da vida, e faz da vida algo sem sentido.
Não quero com isto minimizar perigos inerentes a drogas consideradas de alto teor de dependência, como, e principalmente, o crack e o recente e temível oxi. É tão perigoso que o Governo Federal vem incentivando casas de recuperação de dependentes para venceram este grande mal à sociedade. Entretanto, se há uma instituição que mais precisa de ajuda, esta se chama família. Voltemos à mesma tecla: o jovem ou adulto que hoje é dependente químico, um dia foi uma criança indefesa e ingênua, aberta aos estímulos e afetos dos pais ou responsáveis. Foi uma criança que não sabia distinguir o bem do mal e que estava sempre aberta a receber amor dos pais.
Pensemos nisto. Como diz a música do nosso Ednaldo, ele que continua vencendo as drogas e há anos vem reforçando seu destino com atos: “agora é hora de não olhar pra traz, passado errado, drogas nunca mais, pois o sol me curou.”  

AOS AMIGOS DA FAZENDA DO SOL, UM ABRAÇO.

CIÚME



 O sentido da festa
Psicólogo Gilvan Melo


Celebrar: eis o sentido da festa. Sempre foi assim, povos antigos se reuniam para celebrar a hora da colheita, o sucesso da caça, o nascimento de um filho ou a morte de um guerreiro. Festejar fazia parte de um ritual cuja função extrapolava a mera comemoração; também tinha a função de perpetuar o momento, ecoar na memória da comunidade aquele instante especial. Festejar não se resumia em bebedeiras e comilanças, e nem sempre fora instrumento de orgias e bacanais (existia em homenagens ao deus grego bacon), mas em maior escala, possuía o sentido místico ou religioso de sacralizar a vitória.
Nós brasileiros certamente herdamos o espírito de festa dos nossos ancestrais índios e negros. Os índios Tupis, Tapuias, Tupinambás, Potiguaras e tantos outros, transformaram em festa dezenas de momentos vivenciados em suas aldeias; seus rituais de nascimento, de passagens ou de morte até hoje reverberam em algumas culturas brasileiras que preservam o “núcleo duro” dessas celebrações. Entre os Tupinambás - grupo indígena extinto que habitava no litoral paulista-, quando nascia uma criança do sexo masculino, o pai levantava-se do chão e cortava-lhe o umbigo com os dentes. (Cf: http://www.museudoindio.org.br.Acesso em 04 de julho de 2012). Ligado a um costume africano, “beber o morto” é ainda hoje visto no interior da Paraíba e da Bahia. Também as festas de iemanjá, tão badaladas no sul do país, foram marcas deixadas pelos afro-brasileiros. Da mesma forma, festas de São Cosme e Damião no nordeste ainda hoje são vivenciadas por comunidades religiosas no nordeste brasileiro. 
Uma festa é marcada pela arte, seja arte culinária ou arte propriamente dita: dança, música, artesanato, teatro, etc. Quem poderia imaginar, por exemplo, o “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande, sem canjica, pamonha, milho assado ou cozido, pé de moleque; sem forró, sem quadrilhas, sem o trio pé de serra, sem Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”?
Há alguns dias do final desta que é considerada a maior festa popular do Brasil, o São João, podemos constatar que nada é tão bela quanto a participação do povo nas mais variadas representações: povo rico, povo pobre, negros, brancos, pessoas do Sul, do Norte, do Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste, entrançaram-se no Parque do Povo e eles – sim! eles e nós – fizemos a festa acontecer. Fomos o público sem o qual não haveria festa. Celebramos ou fizemos perpetuar o tempo de chuva, a colheita do milho, a vida dos Santos padroeiros: São João, São Pedro, São Paulo e Santo Antônio.
Claro que muitos sequer entenderam o sentido da festa, apenas “encheram a cara” de cachaça, praticaram sexo irresponsável, agrediram pessoas ou transformaram a festa em atos de vandalismo.
Felizes foram aqueles que acenderam a sua fogueira em clima de família, mataram a saudade de filhos e netos que vieram à Campina Grande, contemplaram cidades cenográficas, sítios, feiras, que representaram a cultura popular nordestina; assistiram aos shows, dançaram nas palhoças, em intenso clima de comunidade: comunidade que soube brincar, confraternizar-se e manter a memória desta festa linda chamada “São João”.

Até o próximo ano, se Deus quiser.