sexta-feira, 30 de março de 2012

PAPA BENTO XVI

Bento XVI chega ao Vaticano após viagem ao México e Cuba


Da Redação, com Rádio Vaticano


Reuters
Bento XVI chega a Roma nesta quinta-feira, após sua viagem apostólica ao México e Cuba
A visita do Papa ao México e Cuba terminou na manhã desta quinta-feira, 29, com a chegada de Bento XVI ao aeroporto militar de Ciampino, em Roma. O Boeing 777 da Alitalia, com o Pontífice e sua comitiva a bordo, proveniente de Havana, aterrissou às 10h35, horário de Roma (5h35 de Brasília).

Ainda do avião, Bento XVI enviou um telegrama saudando o presidente Nicolas Sarkozy, ao sobrevoar a França, e pediu a Deus que abençoe o país. O Santo Padre também enviou uma mensagem ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, na qual destacou o encontro com os numerosos fiéis do México e Cuba, e assegurou "uma especial oração para o bem, serenidade e prosperidade de toda amada nação italiana, ao qual envio afetuosamente minha afetuosa benção".

Em Roma, o Papa foi recebido por várias autoridades, inclusive os embaixadores do México e de Cuba junto à Santa Sé, e uma mensagem de boas-vindas do Presidente da República Italiana.

“Sua elevada mensagem pastoral terá grande repercussão em meio aos povos que o receberam com tanto carinho. E também o seu fraterno encorajamento a progredir no caminho da democracia em vista de um verdadeiro progresso, inspirado nos valores da pessoa humana”, afirma Giorgio Napolitano.


FONTE: www.cancaonova.com

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pe. Delair Cuerva.
APRENDENDO COM A VIDA.

Como somos insatisfeitos não?
Se as coisas caminham como queremos já queremos modifica-las.
Se não caminham queremos que caminhem...
Nunca estamos satisfeitos com as coisas de nossa vida. Somos inconstantes e muitas vezes não conseguimos aceitar aquilo que a vida nos oferece.
Esta semana encontrei um senhor na “Gastro”, na UNESP, e ao perguntar o que desejava me disse que desejava ir para casa mas louvava a Deus por ter os cuidados médicos necessários e me coloquei a pensar como precisamos aprender a louvar a Deus em nossa vida e como devemos abrir nosso coração a entender aquilo que Deus quer.
Muitas vezes não sabemos agradecer e cuidar daquilo que ganhamos, mesmo sem merecimento. Somos, por vezes, ingratos com as coisas boas que a vida nos dá... Engraçado como paramos para pensar somente nas coisas ruins e não naquilo que nos fez e faz bem. Naquilo que ganhamos sem merecimentos.
Em uma conversa estes dias pude notar que a gente gosta muito de cobrar atitudes dos outros sem tomar as mesmas conosco mesmos e pude perceber que muitas vezes conseguimos imputar aos outros pesadas cruzes quando queremos que as nossas sejam aliviadas. Somos muito pior que os hipócritas que Jesus outrora acusava.
Quanto precisamos acordar para pensar e agir como verdadeiros cristãos ou verdadeiros seres que sabem amar aquilo que creem ou que se diz crer.
As coisas nem sempre são como esperamos, mas muitas vezes nós mesmos somos os responsáveis por não serem, pois não descruzamos nossos braços e queremos que os outros façam tudo pela nossa felicidade, quando a felicidade é nossa e quem tem que lutar para que ela ocorra somos nós mesmos.
Aquela senhora que encontrei na UTI central me fez pensar que devo crer e amar de fato antes que não dê mais tempo.
Dona Inês me faz pensar no quanto quando nos abandonamos nos braços da fé as coisas podem ser melhores.
Nossa vozinha Dona Amélia me leva a pensar como podemos ser alegres mesmo sem ver.
Dona Maria, com seus dedos dos pés amputados e seu olhar firme e forte me faz pensar que não podemos esmorecer no ideal de sermos felizes.
É... Temos vastos exemplos de vida e não entendo o motivo de sermos tão pequenos em nossos “cansaços” e tão “moles” em tomar atitudes de vida para seguir avante sem medo de ser e fazer-se felizes.
Busquemos crer nas ações e agir com fé para que um dia sejamos lembrados e eternizados por aquilo que somos: pessoas a caminho.
Só depende de nós fazermos este mundo melhor.
Só depende de você fazer de sua casa o melhor lugar do mundo.
Então sigamos em frente?
Com um beijo de Jesus, pelos lábios de Maria e no carinho de José:

Pe. Delair Cuerva.

Obs: pra variar lhe recordo de ir à sua comunidade participar e louvar a Deus, ele lhe espera!

" O SENTIDO DA CULPA"


*Gilvan Melo

Neste tempo de quaresma é providencial mergulharmos na pequenez da existência humana. Pensar, mesmo que por um instante, que somos fracos, orgulhosos, prepotentes, invejosos e marcados pelo pecado original. Com semelhante grau de importância também devemos esperar que a misericórdia divina nos envolva e nos faça puros de coração. Ora, se temos na origem da criação a marca do pecado, também temos as marcas da culpa, uma culpa original.
Mesmo uma criança de alguns meses de idade experimenta a culpa e pecado na carne, ao sentir ciúme de seus irmãos e crianças que se aproximam de sua mãe, dizia Santo Agostinho. É lógico assim constatar que o sentimento da culpa é uma espécie de herança mítica dos que a nós antecederam. Compartilha também desta reflexão agostiniana, a psicologia da existência a qual afirma existir uma “culpa essencial que permanece até a morte.” Somos culpados, carregamos a culpa, é uma condição de todos nós pecadores. Porém, feio não é pecar, mas não fugir dele, não acreditando na infinita capacidade do perdão de Deus. “Pai, pequei contra o Céu e contra ti” (LC 15, 18) disse o filho mais novo da parábola do “filho pródigo”, recebendo, tão logo se arrependeu, abraços e beijos do pai que, prontamente, compreendeu que seu filho pecador voltou a viver (LC 15, 32). Vivenciar a culpa é isto: morrer com o pecado e reviver com a misericórdia do Pai.
Seria este o sentido da culpa? Fazer-nos necessitar e acreditar no perdão de Deus? Do ponto de vista espiritual penso que sim. Do ponto de vista psicológico seria aceitar conviver com a sua sombra, quebrando em nós toda espécie de prepotência, aceitando, com humildade, a condição de “filho pródigo pecador”, em igual condição a todo ser humano. Aceitar também a culpa em nossa vida nos faz compreender que muito do vazio existencial que nos afeta, nada mais é do que manifestações desta culpa e da angústia que por ora nos perseguem.
Como então encontrar o sentido diante deste vazio? por meio duas maneiras: para superar a angústia original – da morte e do tempo – devemos realizar valores criativos através, por exemplo, de atividades físicas, de estudos e trabalhos relacionados à nossa vocação e missão; bem como realizar valores vivenciais doando-nos a algo ou a alguém, amando autenticamente as pessoas, contemplando artes que nos ponha em harmonia com a natureza e com Deus, enfim. Para superar a culpa não nos é saudável fugir dela, mas dela se retratar, através da realização de valores de atitude, tais como compensar o orgulho com a humildade, a luxuria com o desapego, a maldade com o amor. Para dar um exemplo concreto lembro-me de uma mãe que, antes de conhecer o posicionamento da igreja católica em favor da vida, praticou o aborto. Não podendo mais ter outro filho e acometida de um sentimento imperdoável de culpa (ela não se perdoava, apesar de Deus já a ter perdoado em confissão) o que fez ela então? resolveu adotar uma criança da mesma idade de seu filho abortado.
Portanto, não fugindo da culpa, não pretendo afirmar que devemos nos sentir sempre culpados por algo ou por alguém, isto não seria sadio, porém se cometemos um ato e este nos acusa constantemente e nos põe mergulhados num sentimento de desespero, não nos esqueçamos: um Pai amoroso nos espera para inibir o nosso discurso de perdedor, nos abraça e nos beija, pois mais do que nós Ele sabe que onde há culpa há a conscientização do pecado, e se depois disto nos arrependermos, provaremos o sabor da graça do Seu perdão e se ainda mais nos retratarmos através de um ato concreto de arrependimento, transformaremos a culpa em um instrumento de reconciliação conosco mesmos, com Deus e com toda a humanidade.
SAÚDE E PAZ.

*É Psicólogo  


sexta-feira, 23 de março de 2012

O SENTIDO DO SOFRIMENTO


 *Gilvan Melo


Conforme inspiração primeira, daremos continuidade a temas relacionados ao tempo litúrgico da quaresma. Hoje refletiremos sobre o sentido do sofrimento. Para aqueles que se afogam na dor ou para aqueles que dela fogem, permita-me afirmar: mesmo diante da dor, podemos encontrar um sentido. E não sou o primeiro a compartilhar desta ideia. “Sofrer é transformar-se” dizia São Tomaz de Aquino. “A maior alegria é quando somos caluniados, injuriados, e mesmo assim, louvamos a Deus” afirmou São Francisco de Assis.
O próprio Jesus aceitou o sofrimento da cruz e as injúrias dos homens como um caminho necessário à salvação da humanidade. Foi esta a condição do sofrimento de Cristo: transcender a dor, através do Amor. Não se trata de uma apologia ao sofrimento, pois em muitos momentos Ele – Jesus – baniu ou minimizou o sofrimento de muitos: cegos, paralíticos, angustiados, presos, desolados. Como entender, então, a medida do sofrimento? Quando aceitá-lo e quando lutar contra ele?
Mais uma vez recorrerei à logoterapia – a psicoterapia do sentido da vida. Viktor Frankl, que viveu três anos em campos de concentração construídos pela Alemanha Nazista de Adolf Hitler, que perdeu de uma só vez seus pais, irmãos e mulher, apenas por serem judeus, e que sendo psiquiatra famoso à época, foi reduzido ao prisioneiro de número 119.104, jamais se resignou, mas conseguiu “ser íntegro dentro da dor.” Para ele “é pela maneira de suportar o sofrimento que descobrimos as possibilidades de realização.” Ainda que seja negado o nosso credo, que seja abalada a nossa vocação e missão. Ainda que nos separemos de quem amamos, e, principalmente, ainda que nos encontremos numa situação – limite, quais sejam uma doença incurável ou a certeza da morte, mesmo assim, é possível encontrar um “para quê” viver.
Entretanto, o mundo moderno não nos ensina o valor do sofrimento. Ao contrário, escolas, grande parte da mídia, muitos pais de família, o capitalismo selvagem, a psicanálise freudiana, entre outros, acabam disseminando a ideia de que devemos fugir do sofrimento ou escondê-lo por detrás das aparências. Motivados pela busca do prazer, criam meios de esmagar a dor a todo custo, e até criam mecanismos para desfrutar prazer através do sofrimento; são os chamados distúrbios sexuais, como exemplos o masoquismo (prazer em apanhar) e o sadismo (prazer em agredir).
Não estaríamos também nós cristãos invertendo a função do sofrimento? Quantos de nós não se encontram em depressão quando passam por situações de sofrimento, seja sofrimento físico, psicológico ou até mesmo financeiro? Quantos religiosos e religiosas fogem das dores da vocação por não entenderem os mistérios do sofrimento? Quantos desejam ressuscitar com Cristo, mas não querem passar pela coroa de espinhos ou pelo madeiro da cruz?
O contrário também é verdadeiro: Quantos cristãos não acreditam que tem que aguentar situações de sofrimento sem, contudo, lutar para resolver o problema? Quantos maridos fazem as suas mulheres aguentarem seus vícios com a desculpa de que elas têm que suportá-los? E quantas mulheres não acreditam nisto? No entanto, é importante entender que tipo de sofrimento faz parte da vontade de Deus.
São muitas as perguntas, às quais cada um pode responder desde que encare com dignidade o sofrimento, evitando a dor desnecessária através de ações concretas, objetivas e animadas pela misericórdia, e aceitando a dor oportuna diante de situações que não podemos mudar, descobrindo nelas outras possibilidades, que somente o sofrimento poderia oferecer.

SAÚDE E PAZ.      









 Psicólogo

quinta-feira, 15 de março de 2012

O SENTIDO DA ANGÚSTIA

O sentido da angústia

 *Gilvan Melo


Na semana passada refletimos sobre o “sentido da solidão”, sugerindo que é possível a vivência de uma solidão necessária ao encontro conosco mesmo, com os outros e com Deus. Pois bem, hoje pensamos o sentimento da angústia sob dois aspectos: a angústia enquanto sensação de um perigo próximo e a angústia como apelo existencial necessário à busca pelo sentido da vida.
Duas visões, duas possibilidades onde podemos escolher qual das duas aceitamos. Não nos enganemos que o sentimento da angústia causa em cada um de nós, muitas vezes, uma dor no peito, quase palpitante, dor, medo, uma sensação de que algo misterioso pode acontecer. É como se caminhássemos a fio em direção a um abismo, e não podemos parar porque uma fera pode nos engolir. Não! Não existe abismo, tampouco a fera, mas um sentimento assustador nos persegue. Um dos nomes desta angústia é a síndrome do pânico, cujo instrumento do medo não passa de algo invisível, seja um ladrão, uma fera ou mesmo a morte.
Esta angústia na qual chamo a refletir hoje parece nos paralisar, perder o encanto em relação à vida, não nos permite alçar vôos nem mesmo caminhar em direção ao inesperado. “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” (Mt 27, 46); “Minha alma está triste até a morte.” (Mt 26, 38); são alguns dos momentos em que o próprio Jesus experimentou o sentimento da angústia. Veja, nem mesmo o Cristo escapou! Creio, uma demonstração de que dela - a angústia – podemos extrair um sentido. Que sentido seria este?
Para a logoterapia, a psicoterapia que nos ajuda a encontrar o sentido da vida, entende que é a angústia o sentimento primordial da busca pelo sentido, sobretudo a angústia em relação ao tempo e à morte. É como se tivéssemos a sensação de que temos que correr, temos que viver, porque se não o fizermos, poderemos não ter tempo para realizar o que desejamos fazer. Às vezes também sentimos angústia porque não percebemos que é ela própria quem ensaia a dor necessária que se aproxima, o sofrimento redentor, aquele sofrimento através do qual nos sentimos impelidos a tomar uma decisão ou a encontrar o caminho que por ora se perdeu.
Sim! é esta angústia que antecipa a ferida que sentiremos antes da páscoa que virá, a dor dos espinhos antes do derramamento de sangue redentor. “Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres.” (Mt 26, 39). Segue Jesus interrogando por três vezes por que nem mesmo Ele escapou do sentimento da angústia, mas também segue Ele entendendo o seu efeito: “que seja feita a tua vontade!” (Mt 26, 42).
Não quero afirmar que somente através da angústia é que vamos fazer a vontade de Deus ou encontrar o sentido da vida, mas, pelo exemplo do Cristo e, seguindo o modelo da logoterapia, compreendo que a ela, aparentemente um sentimento negativo, podemos transcender e ainda perceber o verdadeiro caminho da salvação, caminho de provação, caro aos heróis, caminho de redenção, imprescindível na vida dos santos e santas da nossa igreja católica.
Que nesta quaresma, possamos compreender este mistério: se a angústia pode nos paralisar diante do sofrimento, também ela pode nos mobilizar a encontrar o sentido da vida. E que todas as vezes em que nos sentimos angustiados, entendamos que repousa sobre nós a força do Espírito Santo, que nos fará superar os obstáculos, visíveis e invisíveis que se apresentam em nossos caminhos.

SAÚDE E PAZ.

*Gilvan Melo, é Psicólogo.

sexta-feira, 9 de março de 2012

ENCONTRAR DEUS NA MONTANHA


*Jucélio Lindenberg
SEMINÁRIO: Lugar de Escutar a Voz do Senhor!

É muito interessante como a Bíblia descreve a vocação de Samuel: era ainda menino, consagrado ao Senhor. Atento aos sinais de Deus na história, inclinado às coisas do alto.
Muito sensível a voz do Senhor dentro de si. E Deus o chamou: “Samuel, Samuel!”. Ele respondeu: “Fala, Senhor, teu servo escuta”. (cf. 1 Sm 3,3-5). E Deus o fez sacerdote, juiz e profeta. Samuel é o protótipo de todo jovem cristão. Juventude é busca de Caminho. Anseio vivo por vocação acertada que possa assegurar uma vida feliz e realizada.

O Seminário Diocesano na pessoa do nosso Reitor o Pe. Dezenilton Da Silva juntamente com a equipe formativa tem buscado com empenho e dedicação fazer do Seminário o lugar da escuta... Onde ecoa a voz do Senhor que chama... O lugar do discernimento vocacional. O nosso tempo de formação no Seminário durante oito anos faz-se necessário para uma boa formação e motivações suficientes para anunciar a todos a Boa-Nova que é o evangelho encarnado em nossa vida e missão. Na verdade, a formação dos futuros sacerdotes, e o assíduo cuidado, é mantido ao longo de toda vida, tendo em vista a santificação pessoal no ministério e também da atualização constante em seu empenho e zelo pastoral, são considerados pela Igreja como uma das tarefas de maior delicadeza e importância para o futuro da evangelização da humanidade.
É preciso abraçar com força o que pede o coração, deixando-se orientar pela luz indispensável da fé.




*Seminarista do 2º ano de teologia


quarta-feira, 7 de março de 2012

EM BUSCA DE SENTIDO


"O SENTIDO DA SOLIDÃO" 
* Por Gilvan Melo, psicologo

Após um dia de trabalho, de lazer ou de ociosidade, mesmo nos dias em que estamos rodeados de amigos, colegas ou personagens de filmes e novelas, quem de nós nunca se sentiu sozinho? Não raramente, alguns mais que outros, mesmo com a companhia de atores da sessão coruja, de companheiros ou companheiras de quarto, ou até junto a nós na mesma cama, não se deparou com a solidão? Como diz a canção do cantor e compositor Guilherme Arantes: “o mundo vive a noite, mas todo mundo foge é da solidão”. Solidão, “amiga das horas e prima-irmã do tempo e que causa descompasso em nosso coração”, como também diz a música do cantor Alceu Valença. Mas também, a solidão, companheira dos monges e poetas, essencial para escutar a voz da nossa própria consciência.
Duas visões da solidão, onde no mundo capitalista é a visão negativa da solidão que parece vencer. E aí acabamos fugindo dela ou achando que estamos em depressão pelo simples fato de estarmos sós. Partindo dessa ideia, usamos dois, três celulares; buscamos contato com outros solitários através das redes sociais: e-mails, blogs, facebook, twiter, é preciso nos contactar; não às vezes pelo fato de nos comunicarmos, mas pelo fato de nos sentirmos sozinhos no meio da multidão. Para fugirmos da solidão encaramos 24 horas de “reality shows”, passamos horas a fio com a TV ligada ou o computador em rede ligado para, simplesmente, sentirmos que há alguém falando conosco, ah! nossos amigos imaginários!
Por outro lado, existe também a visão positiva da solidão, ou o que chamo neste quadro inaugural nas ondas da Rádio Caturité: o sentido da solidão. Solidão que fez com que o próprio Jesus Cristo buscasse nos quarenta dias em que foi tentado pelo demônio, escutar a voz do Pai e entender o Seu plano de Amor. Num ato de recolhimento, no deserto como Ele chamava, Jesus trazia em Seu silêncio, a multidão que lhe aguardara. Nesta ideia de solidão como inspiração, e não como fuga, jamais nos sentiremos sós, porque trazemos ao nosso “deserto” figuras e situações reais, encaramos de frente a constatação de que nascemos sozinhos e ao pó voltaremos também sozinhos, não porque seja prazeroso estarmos sós, mas para trilharmos os caminhos seguros de nossa vocação e missão na terra, ainda que tenhamos que cruzar pela tentações e provações da vida. É nesta solidão que podemos escutar a Deus e a nós mesmos, mantendo um diálogo entre a criatura e o criador. É no meio desta solidão que percebermos os gritos dos oprimidos da sociedade, como também a essência do outro que vem ao nosso encontro. É no deserto onde discernimos que voz nos fala: a voz de Deus, a do demônio ou a de nós mesmos.
Concluindo, o sentido da solidão nos permite que nos encontremos melhor com Deus e com as pessoas que fazem parte de nossa vida. Faz com que reconheçamos os verdadeiros amigos, a face real do criador, as maldades do mundo. Que a partir de hoje possamos entender que a solidão é um instrumento rico de encontro, uma companheira que nos faz enxergar a nossa pequenez, ao mesmo tempo em que a nossa grandeza, pois através dela, abraçamos a terra, abraçamos o céu.
SAÚDE E PAZ.