domingo, 30 de setembro de 2012

É necessário que você persevere na fé

A fé é tudo. Quem crê progride, ama, amadurece. É isso que Deus lhe dá quando o chama pela primeira vez. Ele não o chama para testá-lo. Ele lhe dá tudo de que necessita. E você fica com uma armadura espiritual muito forte. No seu coração o Espírito Santo de Deus começa a trabalhar e você aguenta qualquer sobrecarga, pois para suportá-la tem de ter fé. 

É preciso que perseveremos, que não percamos a convicção. Para isso, temos de ter fibra para segurar a nossa fé; de lutar por ela. “Eu creio, mas aumentai a minha fé”. Isso saiu da boca do discípulo de menos fé. 

“De fato, é preciso que perseveres para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que Ele prometeu” (Hebreus 10,36).

Não podemos nos “desligar” de Deus. A nossa fé é o “fio” que vai entre o nosso coração e Deus. Tudo o que nos alimenta vem d’Ele. Mas se nos desligamos, acaba a Providência. O cristão que vive pela fé, deixa-se levar para o que é perfeito. Mas o cristão, que vive da aparência, retrocede para a perdição. Se você está ligado em Deus, você está buscando a perfeição e a santidade. Um cristão que não anda pela fé, volta aos antigos caminhos e desperdiça sua vida. Andar pela fé significa obedecer a Palavra de Deus e viver para Jesus Cristo, buscando a salvação. É buscar o dia inteiro, dia após dia, ano após ano, a vida inteira. 

Temos de ter fé, ter meta, querer o céu, mesmo que não compreendamos o sentido das provações, pois por trás das aparências há a Providência Divina. Por trás da aparência dos sofrimentos há providência. Deus está com você, deixe-O trabalhar em você. Não tema! A graça lhe será dada à medida que dela precisar. Não tema, mesmo que a aspereza do caminho lhe faça perder o fôlego. O essencial é que esse caminho seja uma subida, uma ascensão. Não tema, mesmo quando não perceber mais a doçura da confiança. É melhor morrer da verdade criada por Deus do que viver da mentira que nós mesmos fabricamos.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

FONTE: cancaonova.com

NOVO BISPO DE CAMPINA GRANDE TOMOU POSSE



Dom Delson tomou posse hoje como 7º bispo de Campina Grande. Ele substitui Dom Jaime, potiguar que assumiu a arquidiocese de Natal. Ontem, Dom Delson realizou seu último compromisso na Diocese de Caicó. Ele participou das comemorações na cidade de São José por ocasião da festa do padroeiro.

Hoje, (29), Dom Delson saiu de Caicó e se dirigiu para Campina Grande onde recebeu as boas vindas. Lá ,ele foi calorosamente recebido pelos campinenses, que se aglomeraram pelas ruas para saudar o seu novo bispo. Diversas autoridades se fizeram presentes, entre elas, o senador Cássio Cunha Lima e o prefeito de Campina Grande, que entregou as chaves da cidade ao religioso baiano.Caicó se fez presente com uma caravana de pessoas e o prefeito Bibi Costa fez um discurso onde agradeceu a Dom Delson pelos seis anos de trabalho a frente da diocese em Caicó. 

Em suas rápidas palavras, Dom Delson expressou sua alegria por estar à frente da Diocese: ”Venho como 7º Bispo, com o coração aberto para acolher a todos, conviver na paz, na alegria e na construção de um mundo melhor,” enfatizou.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

EM BUSCA DE SENTIDO




O poder da consciência


Se bem entendêssemos o valor e o poder da consciência, certamente muitos problemas particulares e sociais encontrariam solução. Se conseguíssemos ouvir a “voz da consciência” em momentos de conflito ou atender às suas advertências em instantes de decisão, o mundo seria outro. O problema é que, quando não conhecemos o seu poder ou desprezamos a sua presença, em muitos casos, seja no campo pessoal, social e até científico, a reduzimos a mera espectadora das manobras do inconsciente. É isto mesmo o quero dizer: Para muitos vive-se como se a fantasia, o prazer, o instinto, a fabulação, fossem os mandatários de nós mesmos e da sociedade, em detrimento da “chata”, “dura”, “comprometedora”, “responsável”, nomes estereotipados da consciência.
Parafraseando o célebre escritor brasileiro Machado de Assis, na obra O Alienista, “felizes são os loucos que fazem da loucura uma razão para não se culpar”. Alguns dizem: “queria ser ignorante, para não enxergar as maldades dos homens”. É incrível, mas costumamos valorizar a loucura e a ignorância e a não encarar as coisas como elas são, pois não costumamos suportar a verdade. Mas, como utilizarmos o poder da consciência, sem que soframos por isto?
Viktor Frankl, o pai da logoterapia, ao criticar o conformismo (fazer o que todos fazem) e o totalitarismo (fazer o que alguns querem) da sociedade contemporânea, apontando-os como os principais responsáveis pela existência do “vácuo existencial”, incidindo no sintoma da depressão, apela para o mundo dos valores e para o poder da consciência, como tentativas de sair deste vazio. Numa sociedade que tenta relativizar todas as coisas, como bem criticou o Papa Bento XVI, precisamos conhecer e definir quais os valores universais, que servem de parâmetro social para todas as culturas.
Numa sociedade que esmera por prazer e poder, e neles esbarram-se no sentimento constante de frustração, devemos compreender que é a busca pelo sentido que motiva, verdadeiramente, a existência humana, justamente pela função da consciência. Se os animais irracionais possuem instintos e a eles obedecem cegamente, nós, homens e mulheres, possuímos a razão, e mais que isto, uma consciência capaz de nos orientar na busca deste sentido: sentido de cada situação, sentido da vida e sentido da morte. Para a logoterapia, “a consciência é o órgão do sentido”. Por excelência, é ela que nos ajuda a discernir diante dos conflitos, que nos adverte sobre os perigos iminentes e que nos aponta para saídas em momentos difíceis da vida. Não: a voz da consciência não é a voz de Deus. Até estudiosos confundem. Mas ela é um veículo estreito onde Deus e a pessoa se comunica. Porém, se ambas as vozes não são audíveis à pessoa, o diálogo deixa de existir.  
O importante é deixarmos que a voz da consciência, naturalmente, deixe-se falar. Que Deus fale com ela, e que diante do mundo, ambas - a voz da nossa consciência e a voz de Deus – decidam por nós. Se assim o fizermos, votaremos com consciência nas eleições que se aproximam, escolheremos melhor os nossos parceiros amorosos ou a nossa profissão, saberemos quando erramos e enfrentaremos os obstáculos da vida com serenidade, mesmo que nos cause sofrimento e dor.

UMA BOA TARDE A TODOS.

Psicólogo Gilvan Melo







segunda-feira, 17 de setembro de 2012

EM BUSCA DE SENTIDO


Nascidos para decidir



Homens comuns e estudiosos perguntam constantemente: “O que é ser humano?” Seria um ser que responde às circunstâncias da vida? Que atende aos estímulos ou segue a energia dos instintos? Seria uma viajante sem rumo que dirige a sua vida de acordo com os movimentos dos ventos ou das situações? Ser humano, diferente dos animais, é um ser dotado da capacidade de decidir, ser que responde não cegamente aos instintos, mas busca o sentido de todas as coisas, através dos apelos da consciência. Mais que “teleguiados” pelo inconsciente, somos “puxados” por valores e pelo sentido.
Decidimos o tempo todo. Ao acordarmos, decidimos se queremos viver ou continuar o sono profundo da falta de iniciativa; se queremos enfrentar os desafios cotidianos ou mergulharmos na depressão e na apatia. Decidimos se desejamos amar ou odiar as pessoas; decidimos pelas roupas que vestimos, pelo olhar que damos, pela comida que comemos. Somos os únicos seres da terra imprevisíveis, onde estímulos nem sempre provocam as mesmas respostas. Somos, por exemplo, capazes de amar a quem não nos quer bem e de desprezar quem verdadeiramente nos ama.
Sob este aspecto, não decidir é também decidir. Pela indecisão muitos entram no mundo das drogas, batem o carro, descobrem, tardiamente, que não amam mais seu companheiro ou sua companheira ou que a profissão que levou “com a barriga” só faz gerar-lhe estresse, enfim, não decidindo por aquilo que dava sentidos às suas vidas, muitos deixaram de descobri-los naquilo que suportaram, sem decidir. Decidir é a condição de ser. Nascemos para decidir.
As doenças atingem o nosso corpo e a nossa mente. Jamais atinge o nosso espírito. É da dimensão espiritual que emana a capacidade de decidir. Como disse o Padre e escritor Ayrton Freire: “Toda decisão requer uma cisão”. Ele queria dizer que quando decidimos por algo, negligenciamos outras coisas. O autor aprofunda que decidir é também escolher, e escolher implica ganhos e perdas. A todo instante, ao escolhermos uma profissão, deixamos um monte delas para trás. Quando escolhemos alguém para casar, abdicamos de algumas outras pessoas que cruzaram os nossos caminhos. Ao ganharmos por um lado, por outro lado também perdemos.
O importante é percebermos os ganhos diante das perdas. Por exemplo: quem decide ser padre deixa de ser pai, entretanto, torna-se pai por vocação, pai de muitas almas. Quando decidimos seguir uma rua, diferente daquela que comumente costumamos seguir, ganhamos paisagens inesperadas, flores novas pelo caminho e pessoas novas a contemplar. Cabe a cada um de nós escolher. Cabe a cada um de nós decidir.

UMA BOA TARDE A TODOS.

 Psicólogo Gilvan Melo


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ENTREVISTA COM PADRE ZEZINHO,SCJ


Entrevista
Pe. Zezinho 

“A música é o chantili do bolo; o bolo é bom, alimenta e sacia mesmo sem chantili, mas com ele fica mais gostoso”.



Por Osvaldo Maffei


Petrópolis (RJ) – Pe. Zezinho é um dos ícones da comunicação evangelizadora no Brasil. Hospedado no Instituto Teológico Franciscano, em Petrópolis, por ocasião de uma palestra-musical na cidade, concedeu-nos gentilmente a seguinte entrevista.


Site ITF – A comunicação ocupa, hoje, um lugar de destaque na evangelização e o sr. é um dos pioneiros nessa frente. Poderia nos contar como foi o despertar para a comunicação evangelizadora mediante a música?
Pe. Zezinho: Hoje, a comunicação evangelizadora ocupa um lugar de destaque, mas nem sempre ocupou. A Igreja tomou consciência do fato de que tinham surgido novas linguagens e novos veículos com uma rapidez surpreendente. Dos anos 60, quando aconteceu o Concílio Vaticano II, até nossos dias, apareceu uma infinidade de veículos e artefatos de comunicação que desafiaram a Igreja, acostumada com o púlpito e, eventualmente, com o rádio e a televisão, também insipientes naqueles tempos. De repente, num curto espaço de 50 anos, a comunicação se pulveriza, e homens de vasta e imensa criatividade colocam nas mãos das pessoas praticamente o mundo todo. Hoje, a comunicação cabe na palma da mão de qualquer criança. Ela tem acesso a todo o planeta. A Igreja não estava preparada para este tipo de desafio, nem a catequese. A nossa adaptação teve que ser rápida e nós ainda não assimilamos as linguagens da comunicação moderna. Mas, o esforço é gigantesco e merece aplausos.


Site ITF – Na comunicação evangelizadora, qual é a importância da música?
Pe. Zezinho: A música é uma das linguagens mais dinâmicas, ágeis e adaptáveis do mundo. Não foi diferente com o advento de todos os moderníssimos meios de comunicação e modernos instrumentos musicais. A comunicação musical se adaptou e a verdade, também aqui, é que o mundo foi mais esperto e mais avançado no uso da linguagem musical do que a Igreja católica. A Igreja chegou um pouco mais tarde. Mas, está tentando fazer uma comunicação menos amadorística, mais profissional e mais capaz de traduzir a linguagem da catequese. No Brasil, ainda existe uma predominância da canção de louvor sobre a canção de mensagem ou sobre a canção social. Mas, aos poucos, os ajustes vão sendo feitos e os enfoques começam a ser abrangentes e catequéticos. Não seria bom para a Igreja que a canção fosse apenas política e sociológica, mas também não seria bom que ela fosse apenas de louvor. Busca-se, hoje, uma linguagem mais aproximada aos documentos. E eu sou daqueles que insistem que os compositores devem fazer mais canções sobre doutrina e sobre os documentos da Igreja. Porque, por enquanto, as canções de louvor ganham de 9 a 1 na realidade catequética da Igreja. Entendo que a música pode nos ajudar também na aproximação de outras igrejas e no dialogo com o mundo. A importância da música não deve, contudo, ser exagerada. Pode-se fazer uma belíssima celebração sem música. Pode-se subir ao púlpito sem precisar de música. Para mim, a música é o chantili do bolo; o bolo é bom, alimenta e sacia mesmo sem chantili, mas com ele fica mais gostoso.


Site ITF – Qual a importância do estudo de teologia na atual conjuntura em que vivemos?
Pe. Zezinho: Para mim, é fundamental. Não se pode imaginar uma pregação sem conhecimento. Ela até existe, mas não merece o nome de pregação. Nós somos chamados a repercutir não só os sentimentos de Jesus ou sobre ele, mas também o pensamento de Jesus e o pensamento da Igreja sobre Jesus. Então, precisamos ter um grande e acentuado amor por Jesus e pela teologia, sem os exageros dos primeiros séculos, quando se discutia sobre a natureza de Cristo ou da Igreja até com armas na mão. Precisamos voltar a questionar e a discutir teologia nos nossos encontros. Os leigos precisam redescobrir a teologia e nós precisamos acrescentar à catequese católica conhecimentos básicos de psicologia, antropologia, sociologia e teologia. O que não se pode esquecer é exegese bíblica. De certa forma, estamos patinando porque pouquíssimos estudam teologia na Igreja e pouquíssimos leem livros mais profundos. Predomina muito, entre nós, a lei do livro romântico, suave e já mastigado. Perdemos a capacidade de nos perguntar “por que”. E muitos estão respondendo mais depressa sobre o que não perguntaram. Em resumo, o “porquê” exclamativo engoliu o “porquê” interrogativo. Precisamos voltar ao equilíbrio. Uma Igreja que não se interroga não faz catequese e uma Igreja que não exclama também não faz catequese. A teologia é a exclamação e a interrogação juntas, nos mesmos lábios de cristão que procura.


Site ITF – O conhecimento liberta as pessoas; no entanto, o homem é também espiritualidade. Como o sr. imagina, hoje, o ideal de convergência destas duas dimensões?
Pe. Zezinho: Eu me reporto ao século XIII, quando o dominicano Meister Eckhart enfrentou o monge Richert Rolls. Meister Eckhart já era experiente em idade e cultura e Richert Rolls apenas começava, não teria 25 anos. Os dois tinham visões opostas a respeito da fé cristã. Enquanto um dava muita importância ao uso da razão sem desprezar a mística, o outro dava muita importância à mística, desprezando os livros e os estudos. O debate mostrou uma tendência que segue até os dias de hoje: entre os que radicalizam pensando não precisar da sabedoria do mundo e os que radicalizam dizendo que não é importante erguer os braços e louvar. Penso que a postura de Meister Eckhart seja a melhor delas, porque ele era um teólogo que perguntava sobre Deus, expondo ousadas questões, mas que humildemente aceitava a contribuição da mística. Ele sofreu perseguições por causa disso, mas sua ideia triunfou. Somos uma Igreja que precisa muito orar, mas também somos uma Igreja que não vai orar direito, se não pensar primeiro.

Site ITF – Que mensagem motivacional o sr. deixaria àqueles/as que desejam estudar teologia.
Pe. Zezinho: Penso que hoje o mundo exige um pregador que seja versado em teologia, história da Igreja, e, nos tempos difíceis em que vivemos, versado em sociologia. Não pode não dar importância ao estudo teológico quem vai dar conselhos a casais e a jovens, quem vai caminhar junto com toda uma geração perplexa. Tem que estar um pouco menos perplexo do que os demais. Então, a capacidade de estudar é fundamental no sacerdote que hoje sobe ao púlpito. É uma algazarra de vozes, são milhões de vozes falando mais alto que o púlpito católico. E, embora, nossa voz não seja mais tão ouvida como o era no passado, deve ser uma voz importante. Não podemos ser apenas mais uma voz. Temos que ser uma voz que faz diferença. E, para que seja uma voz que faz diferença, os que hoje pretendem tornar-se sacerdotes ou pregadores da Palavra, precisam dizer palavras que libertem e descobrir a palavra certa, do jeito certo, na hora certa para a pessoa certa. Isso não se consegue sem muita leitura. Acho que as casas de formação para o sacerdócio tem que começar por uma capela e, logo em seguida, por uma excelente biblioteca. O futuro sacerdote tem que ser visto orando com a comunidade ou tomando tempo para orar em alguns momentos de sua vida e vivendo também no silêncio de uma biblioteca. São os dois silêncios que podem formar um excelente pregador. O silêncio da capela e o silêncio da biblioteca. E, nos dias de hoje, também o silêncio de um computador. O mesmo conselho ao futuro sacerdote eu dou ao futuro pai ou à futura mãe de família; enfim, ao leigo que deseja pregar. Também eles têm que ter um conhecimento muito sólido da vida, porque terão missão muito semelhante à do sacerdote. Afinal, o laicato e o sacerdote não são dois caminhos opostos; são caminhos afins. E, é fundamental que entendamos que o sacerdócio não é sacerdotismo e que o laicato não é laicismo. Portanto, é necessário que os dois saibam viver isso, dentro de um contexto de Igreja vocacionada. E cada um deve dar sua contribuição no estado de vida para o qual foi chamado. Mas não a dará, se não tiver conhecimento suficiente para falar às multidões. Volto a tocar nesta tecla: nós, hoje, precisamos de pessoas estudiosas, generosas e piedosas. Um tem que rimar com o outro. Em que ajuda a Igreja um pregador que improvisa e depois culpa o Espírito Santo pelas bobagens que disse! Hoje, com uma enorme facilidade, fala-se o que se quer e depois se atribui o que se falou à inspiração do Espírito Santo. É claro que Deus inspira, mas ouvi dizer que a luz não se propaga no vácuo! É importante que o cérebro tenha algum conteúdo que o Espírito possa iluminar.








quinta-feira, 6 de setembro de 2012

EM BUSCA DE SENTIDO


Caminhos da ansiedade

Caminhos da ansiedade



Prisioneiros do tempo todos nós somos passíveis de ter ansiedade. Uma sensação que antecipa o tempo futuro, prejudicando a vivência do tempo presente. A ansiedade antecipatória, como chamava Viktor Frankl, é um sintoma que tem mobilizado ações neuróticas obssessivo-compulsivas e fóbicas. Explico: na ausência de algo que desejamos, de um momento que esperamos ou de uma coisa que tememos, a ansiedade nos mobiliza antes mesmo de vivenciarmos tais situações.
A ansiedade antecipatória ao vivenciar uma situação antes do tempo normalmente gera em nós sentimentos, sintomas ou emoções que interferem, positiva ou negativamente, nossos comportamentos. É assim que enamorados antecipam a presença do outro em seu coração, e passam a sentir, pelas vias da saudade, taquicardia, arrepios, gagueira e outros efeitos. Também é desta maneira que contemplativos antevêem Deus na sua memória, ícones ou imagens postas nas igrejas.
O ansioso é aquele ou aquela que reproduz em seus corpos tiques, manipulações ou inquietações, visíveis a um bom observador. E aí não adianta dizer que não se está nervoso ou apreensivo com a chegada iminente de um momento, pessoa ou situação. O ansioso se entrega pelos gestos: roer as unhas, mexidas constantes no cabelo, sudorese nas mãos ou olhares fugidios.
Mas quando a ansiedade é positiva? Ora, há momentos que exigem de nós uma força extra, uma fortaleza em preparação ao perigo iminente ou a um instante importante e decisivo na vida. Situações como a doença de um ente querido, um jogo decisivo, uma apresentação artística de estreia, exige de nós certo nível de ansiedade sem o qual seria impossível ultrapassá-lo com êxito. Nestes casos antecipar o momento serve de estímulo e preparação para se enfrentar problemas e situações adversas.
Portanto, estes são os caminhos da ansiedade. A decisão de seguir um ou outro caminho depende de nós.



Psicólogo Gilvan Melo



EM BUSCA DE SENTIDO



 O Poder da responsabilidade



“Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?” Disse ela: “Ninguém, Senhor”. Disse, então, Jesus: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante, não peques mais” (Jo 8, 10-11). É assim que o evangelho de São João conclui uma das passagens bíblicas mais belas do novo testamento, onde Jesus desafia o machismo, a lei de Moisés e a dureza de uma sociedade sem misericórdia na qual vivia aquela mulher conhecida como a “mulher adúltera”. Mas, o que esta passagem tem a ver com o tema de hoje?
Segundo a Logoterapia, a palavra responsabilidade significa “habilidade de responder.” Responder aos questionamentos da vida diante de uma gama de possibilidades que a vida oferece. Responder com consciência e capacidade de decisão. Voltando ao exemplo da mulher adúltera, percebemos que Jesus, além de perdoá-la, não se rendeu a acusações frias nem à falsa moral da sociedade da época, mas, agindo com educação, apelou para que a pecadora respondesse de forma diferente diante da situação em que se encontrava. Jesus não negou o seu pecado, mas, ao contrário dos homens que ali se encontrava, incitou a todos a responder com dignidade e misericórdia. “Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!” (Jo 8, 7). Depois: “Vai, e de agora em diante, não peques mais” (Jo 8, 11). Entendamos que no processo de cura, seja uma cura física ou uma cura interior, não basta o perdão dos pecados por parte de Deus, mas também a responsabilidade de sair da situação de pecado com a decisão de não desejar pecar mais, mesmo sabendo que o grau de ausência de pecado nos é impossível.
A didática de Cristo é semelhante a da Análise Existencial. Não somos livres de alguns determinismos da vida (um destes determinismos é a condição de pecador), mas somos livres para nos posicionarmos diferente diante desses determinismos. E quem nos dá a possibilidade de nos posicionarmos diferente diante da culpa, do pecado, da dor, do sofrimento, da morte, enfim, é a capacidade que somente o ser humano a tem: a capacidade de decidir que caminho seguir, o que traduz a forma como respondemos diante dessas situações que muitas vezes fazem parte do destino.
Na experiência com dependentes químicos, moradores de rua e pacientes depressivos, tenho observado que o maior problema por eles enfrentado é a incapacidade de responder ao mundo. São, em sua maioria, “joguetes do destino”, alienados pelas tramas da vida, objetos passivos condicionados pelos determinismos psicológicos e sociais. Infelizmente alguns entregam-se às drogas, aceitam os sintomas a eles dados, sem contudo lutarem para darem uma nova resposta, primeiramente a si mesmos, e depois à sociedade. De forma semelhante algumas pessoas, quando muito, buscam nas igrejas pentecostais a cura para sua alma, alienando-se e entregando o seu destino a falsos profetas que oferecem cura a troco de total submissão a eles. Homens e mulheres que se dizem curados pela fé, mas que não respondem diferente aos problemas que passam, vivem à sombra de eventos que prometem cura, quando, na verdade, tais eventos não costumam ensinar que conscientizar-se e se responsabilizar-se dos sofrimentos vividos é uma tarefa pessoal, única e intransferível.
Caro ouvinte (leitor), entenda bem: não quero afirmar que não existem curas, como também movimentos pentecostais não alienantes, tampouco não nego jamais que Jesus está vivo e pode nos curar nos dias atuais, porém é preciso entendermos que a cura de alguém deve servir para que esse alguém melhore a sua família, a comunidade em que participa ou a sociedade em que vive. Tenho convicção de que é desta resposta, a partir da cura, que todos nós precisamos.

A TODOS SAÚDE E PAZ.
Psicólogo Gilvan Melo


terça-feira, 4 de setembro de 2012

BÍBLIA DEUS COM A GENTE


A mensagem central da Bíblia

Qual é, em poucas palavras, a mensagem central da Bíblia? A resposta não é fácil, pois depende da vivência. Se você gosta de uma pessoa e alguém lhe pergunta: “Qual é, em poucas palavras, a mensagem desta pessoa para você?”, aí não é fácil responder. O resumo da pessoa amada é o seu nome! Basta você ouvir, lembrar ou pronunciar o nome, e este lhe traz à memória tudo o que a pessoa amada significa para você. Não é assim?
Pois bem, o resumo da Bíblia, a sua mensagem central, é o Nome de Deus! O Nome de Deus é Javé, cujo sentido Ele mesmo revelou e explicou ao povo (cf. Ex 3,14). Javé significa Emanuel, isto é, Deus conosco. Deus presente no meio do seu povo para libertá-lo.
Deus quer ser Javé para nós, quer ser presença libertadora no meio de nós! E Ele deu provas bem concretas de que esta é a sua vontade. A primeira prova foi a libertação do Egito.
A última prova está sendo, até hoje, a ressurreição de Jesus, chamado Emanuel (cf. Mt 1,23). Pela ressurreição de Jesus, Deus venceu as forças da morte e abriu para nós o caminho da vida. Por tudo isso é difícil resumir em poucas palavras aquilo que o Nome de Deus evocava na mente, no coração e na memória do povo por Ele libertado.
Só mesmo o povo que vive e celebra a presença libertadora de Deus no seu meio, pode avaliá-lo. Na nossa Bíblia, o Nome Javé foi traduzido por Senhor. É a palavra que mais ocorre na Bíblia. Milhares de vezes! Pois o próprio Deus falou: “Este é o meu Nome para sempre! Sob este Nome quero ser invocado, de geração em geração!” (Ex 3,15).
Faz um bem tão grande você ouvir, lembrar ou pronunciar o nome da pessoa amada. Aquilo ajuda tanto na vida! Dá força e coragem, consola e orienta, corrige e confirma. Um Nome assim não pode ser usado em vão! Seria uma blasfêmia usar o Nome de Deus para justificar a opressão do povo, pois Javé significa Deus libertador!
O Nome Javé é o centro de tudo. Tantas vezes Deus o afirma: “Eu quero ser Javé para vocês, e vocês devem ser o meu povo!” Ser o povo de Javé significa: ser um povo onde não há opressão como no Egito; onde o irmão não explora o irmão; onde reinam a justiça, o direito, a verdade e a lei dos dez mandamentos; onde o amor a Deus é igual ao amor ao próximo.
Esta é a mensagem central da Bíblia; é o apelo que o Nome de Deus faz a todos aqueles que querem pertencer ao seu povo.

Texto da “Bíblia Sagrada”, da Editora Vozes



SETEMBRO: MÊS DA BÍBLIA



Mês de setembro, mês da Bíblia. Não dá para falar de São Francisco de Assis sem associá-lo à Palavra de Deus. A Igreja deu a ele o título merecido de “Homo Totus Evangelicus” e Frei Hugo Baggio escreve: “Ele soube verdadeiramente sentir a Palavra, não como um conjunto de símbolos ou uma transcrição escrita de uma fala de Jesus, mas como um ser vivo, palpitante, que podia ser tocado e cujo toque provocava calafrios e cujo som como que enchia os ares. Tocar no livro que continha a Palavra de Deus era como tocar no próprio Cristo”.