quarta-feira, 30 de maio de 2012

EM BUSCA DE SENTIDO


: Relação pais e filhos



Na música do inesquecível cantor e compositor Renato Russo se diz: “eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar. Eu moro na rua, não tenho ninguém. Eu moro em qualquer lugar”. Infelizmente cresce o número de filhos órfãos de família no Brasil. Filhos órfãos de pai que largou a família, mas também filhos de pai e mãe que moram na mesma casa e que passam a maior parte do tempo trabalhando para, segundo eles, dar o melhor aos seus filhos. Também há pais que perderam seus filhos para os traficantes de drogas e para o terrível mundo da prostituição. Pais e filhos presos à teia do capitalismo selvagem.
Sendo assim, “qualquer lugar” é o lugar mais visitado por filhos e pais em desencontros. Vítimas de um sistema afetado pela falta de diálogo, pela ausência de calor humano na hora das refeições, pelo isolamento e desunião, as famílias de hoje precisam encontrar um sentido que faça delas realmente um aconchego para pais e filhos.
Na semana passada, a pedido de um ouvinte, refletimos sobre o sentido da família, destacando o diálogo como a solução para o êxito afetivo e espiritual desta instituição criada por Deus. Hoje acrescentamos que é a relação entre pais e filhos quem define se uma família tem, ou não, estrutura necessária para enfrentar os desafios da sociedade contemporânea. Aos pais um apelo: dialoguem com seus filhos, sejam amigos, não tenham a postura de investigadores; acolham com amor e paciência virtudes e deslizes de seus filhos, sem moralismos falsos ou receitas prontas; acreditem na potencialidade deles e estejam juntos a eles tanto nos momentos de felicidade quanto nos momentos de sofrimento. Aos filhos algumas mensagens: peça a benção dos seus pais, não é vergonhoso nem “mico”, mas uma forma de acolher a autoridade deles concedida por Deus; reconheçam a luta diária e empenhos deles para te dar educação e alimentação, compreendam que o que faz a sua família sofrer pode ser o recomeço de uma nova vida. Não esqueçam que seus pais dão a você o que receberam de seus próprios pais. Não os culpe pelos erros por eles cometidos, mesmo que através desses erros você também foi afetado.
Sei que às vezes muitos perguntam: “por que meus pais não são como os pais de fulano” ou “por que meus filhos não seguem o exemplo dos filhos de sicrano?”. Achamos, equivocadamente, que a melhor família é a do vizinho, entretanto não reconhecemos que a família que temos foi, antes de tudo, um presente de Deus. Muitas vezes não compreendemos que nosso pai, mesmo sendo alcoólatra, ou nosso filho, mesmo sendo um dependente químico, pode ser a “dose” necessária para a nossa salvação.
O poeta Renato Russo conclui a sua canção com a seguinte reflexão: “O que você vai ser quando você crescer?” Acaso reproduzirá o modelo destrutivo de muitas famílias? ou fará de sua casa um verdadeiro lar, onde nada poderá nos abalar, nem mesmo as forças midiáticas que buscam destruir o sentido da família? E quando você crescer, seja um crescimento físico, humano-afetivo ou espiritual, seu filho, certamente, terá orgulho de você?

         PAIS E FILHOS, PAZ E BEM.



                                                                                   Psicólogo Gilvan Melo




segunda-feira, 28 de maio de 2012

PENTECOSTES




Pentecostes é uma celebração muito importante do calendário cristão, e comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa, e no décimo dia depois do dia da Ascensǎo.
O termo Pentecostes é de origem grega, e o significado é quinquagésimo, e junto com Natal e Páscoa, é a terceira data mais importante do Ano Litúrgico. No Novo Testamento, Pentecostes é o dia da vinda do Espírito Santo, da chegada de Cristo na Terra, Pentecostes marca o final da festa Pascal.
Origem de Pentecostes
Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém, e também é considerado o dia do nascimento da igreja.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

EM BUSCA DE SENTIDO


Faz sentido a família?


No mundo globalizado em que vivemos misturam-se vantagens e desvantagens. Uma das vantagens é a capacidade de comunicação entre os cidadãos. Após a internet e o advento do aparelho celular, surgiram uma gama de possibilidades na tentativa de encurtar tempo e espaço: a criação do msn, skype, Orkut, twitter, facebook e tantos outros aplicativos, representam a busca do diálogo entre as pessoas. Mas nesta vantagem, não habitaria uma desvantagem? Exatamente a falta de contato físico e afetivo na sociedade, provocado principalmente pela falta de diálogo nas famílias?
Antes de continuarmos esta reflexão, algumas perguntas básicas: quantos aparelhos de televisão, aparelhos de celular e computadores há em sua casa caro ouvinte? Até que ponto eles contribuem para o diálogo entre os membros de sua família? Intrigantes perguntas não?
Este tema, uma sugestão de um dos ouvintes do Programa Segue-me, retoma uma discussão séria em torno do sentido da família. Para que serve a família? A família é a base de toda e qualquer sociedade; é o núcleo a partir do qual se constrói uma cultura, um povo. Se acaso ela – a família – adoece, todas as demais instituições também adoecem. As escolas começam a ter problemas de indisciplina, os consultórios médicos e psicológicos se enchem; as instituições psiquiátricas e as que cuidam de dependentes químicos incham; aumenta o índice de criminalidade, exatamente porque muitas famílias não possuem estrutura afetiva, psicológica e espiritual que possibilitem o pleno desenvolvimento da pessoa.
Não gostaria de engrossar o caldo desta discussão com estatísticas, mas terei que apontar algumas conclusões. Aumentam a cada dia o número de divórcios, abusos sexuais no seio familiar e brigas de herança ou disputas da guarda dos filhos. Com estes aumentos, a mídia apresenta filhos que matam pais ou mães, irmãos que se matam e pais que até matam seus filhos. É lamentável, mas é verdade. Quem não se lembra do caso da família Richthofen em 2002 e do caso Nardoni em 2008? Realmente, muitas famílias estão doentes.
Entretanto, poucos órgãos de comunicação divulgam o êxito de famílias estruturadas, famílias que celebram bodas de ouro ou até de diamante de pais que entregaram à sociedade cidadãos dignos, profissionais de sucesso, cristãos autênticos. Se mais órgãos assim o fizessem, quem sabe o testemunho dessas famílias não transformaria famílias doentes?
Mas o que falta realmente nas famílias para que elas se tornem exemplos positivos? Mesmo sabendo que fatores como religião, trabalho, lazer, educação, contribuem na estruturação das famílias, acredito que seja a falta de diálogo o ponto chave da falência de parte desta instituição. Precisamos estar mais juntos uns dos outros. Pais precisam brincar mais com seus filhos. Famílias precisam estar (re) unidas na hora das refeições, nas missas dominicais, cultos ou orações semanais. Precisam comemorar aniversários de forma sadia, sem necessariamente apelar paras as bebedeiras, que ao invés de unir afastam os membros da família. Necessitamos das prosas nos finais de tarde e ao final do dia. Escutarmos os problemas uns dos outros e encontrarmos soluções juntos. Necessitamos criar programas, passeios, viagens, onde todos possam se conhecer mais, enfim, não há receita, cada família pode encontrar o fio que os une, os espaços que precisam ser preenchidos, o amor que deve ser resgatado, sendo que para isto é necessário o diálogo como a porta de entrada da transformação.
Não sou contra tecnologia nem contra estatísticas, também não apenas critico o mundo globalizado, mas acredito que não devemos desprezar alguns hábitos da tradição. Sou humanista convicto. Defendo que o homem não foi feito para a técnica, mas a técnica foi feita para o homem.
A TODOS, DESEJO SAÚDE E PAZ NA FAMÍLIA.
Psicólogo Gilvan Melo



quinta-feira, 17 de maio de 2012

EM BUSCA DE SENTIDO...


O sentido no sonho
Psicólogo Gilvan Melo

À noite, ao encostar a cabeça sobre o travesseiro, enquanto os olhos se fecham, algo em nós continua acordado, gastando energias contidas, realizando desejos ou resolvendo situações mal vividas durante o dia. Esse algo se chama inconsciente. Como um guardião do sono, ele produz imagens em movimento, como um filme que assistimos na TV ou no cinema. Chamamos a este filme de sonho. Ao contrário do que muitos pensam, ninguém jamais deixa de sonhar. Normalmente sonhamos de cinco a seis vezes por noite e destes sonhos lembramos, quando muito, dos dois últimos.
Da mesma forma que o sono é indispensável à nossa vida biológica e psíquica, o sonho é também indispensável à nossa saúde psicológica e espiritual. Ao sonharmos se põe em equilíbrio algo que em nós está descompensado. Se dormir bem ajuda a memória, o processo de respiração e contribui para o estado de humor, um sonho pode diminuir angústias, satisfazer desejos, responder a apelos da vida e indicar um sentido para a nossa existência. Diante disto, algumas perguntas: o que fazer para lembrarmos de um sonho? como interpretá-lo? o que significa sonhar com água, fogo, queda? existe sentido num sonho?
Vamos por parte. Para lembrarmos de um sonho é preciso escrevê-lo assim que acordamos, mesmo durante a madrugada de sono. É necessário escrevermos o que se passou no sonho, sem julgamentos ou censuras. Ao acordamos pela manhã lemos o que escrevemos, devendo observar alguns pontos essenciais para uma interpretação, quais sejam: que sentimentos eu tive durante o sonho? Raiva, alegria, tranquilidade? Que símbolos foram apresentados durante o sonho? Cobra, água, cavalo? Por fim, que atitude eu tomei ou que atitude os personagens do sonho tomaram? corri sem parar, enfrentei o animal, pessoas ficaram paralisadas? Claro que de posse dessas informações, um bom analista faria conclusões interessantes acerca do sentido do sonho. Como exemplo: um sentimento de alegria remonta que foi resolvido algum problema da vida do sonhador. Se o sonhador enfrentou a cobra e esta representa forças do mal para ele, é possível que seu inconsciente espiritual o oriente a que enfrente alguma situação difícil que passa na vida em vigília. Tudo isto são suposições, cabendo a um bom analista existencial dar suporte técnico ao sonhador.
Nesta reflexão de hoje, temos que ter o cuidado para não acreditarmos em crenças populares que generalizam todo e qualquer sonho relacionado a um determinado símbolo ou situação. Por exemplo: se sonharmos com queda, significa que estamos crescendo? não e sim. A crença popular afirma que crescer significa ascender fisicamente, quando o crescimento pode ser também de cunho afetivo ou espiritual. Se sonho com água alguém vai dar à luz a um filho? sim e não. A água simboliza vida, porém pode ser que em determinado contexto tenha o significado de desejo sexual. Da mesma forma, sonhar com morte não deve significar que alguém morrerá próximo ao dia do sonho. É lógico que, pelas circunstâncias normais da vida, alguém morra próximo ao dia de um determinado sonho. Pura coincidência. Não quero afirmar que um sonho não preveja o futuro. Isto é possível, porém, ele remonta ao futuro de quem sonhou, e não ao futuro de outra pessoa alheia ao sonhador.
Uma questão para fecharmos esta nossa reflexão refere-se ao sonho repetitivo; aquele sonho que nos persegue desde a infância ou que, de tempos em tempos, reaparece como uma sombra durante a noite. Estudiosos costumam dizer que este sonho recorrente indica que devemos resolver um problema ou um trauma do passado por nós vivenciado. Ao resolvermos o suposto problema, fatalmente deixamos de sonhar um mesmo sonho.
Como vemos, são muitas curiosidades que o tempo não nos permite discutir. Desejo a todos UM BOM SONO E BONS SONHOS.

Psicólogo Gilvan Melo




terça-feira, 15 de maio de 2012

SEMANA PASTORAL DE 14 Á 18 DE MAIO DE 2012




Tem inicio a Semana Pastoral do Seminário Diocesano

Teve inicio nesta segunda-feira dia 14 a semana pastoral do Seminário Diocesano São João Maria Vianney. A abertura foi feita pelo Pe. João Jorge, diretor do Centro de Estudos Acadêmicos. Em sua palavra ele destacou a importância do concilio Vaticano II como sendo um concilio de cunho e objetivos pastorais. Também em sua fala fez alusão ao aniversário da Diocese, para isso leu um trecho do documento (bula papal) publicado pelo papa Pio XII, quando da criação da Diocese de Campina Grande.


A noite também foi marcada pela palestra do Pe. Jossando Felix, ele que é mestre em Teologia dogmática e pároco da paróquia de são José em Areial.  O tema refletido foi: Humanismo e Cristianismo.  Na palestra, ele tratou de aprofundar e explorar o conceito de humanismo, além de mostrar a relação positiva do cristianismo com este conceito tão marcante na história do conhecimento. “O homem encontra-se consigo à medida que se encontra com Deus”, afirmou ele na sua fala.

A abertura da semana pastoral contou com a presença de padres, seminaristas, alunos do centro de estudos e leigos que vieram de diversas paróquias. A programação segue até a sexta, todas as noites a partir das 19:30h.

Programação:
Os temas que serão abordados durante o evento são:
·        Cristianismo e Humanismo – Com o Pe. Jossandro
·        Pastoral da juventude – Com o Pe. Pedro;
·        Pastoral Familiar – Com o Pe. Elias da Diocese de  Patos;
·        Pastoral urbana – Com o Pe Sérgio Leite; 

Na sexta será feita uma exposição da história das dioceses de Campina Grande e Guarabira, como resultados das pesquisas realizadas pelos seminaristas. 

Para mais informações ligue: 3343 4226 ou 8755 1090.

 Pascom Diocesana


PE. JOÃO JORGE; ROSA QUEIROGA E PE. DEZENILTON


PARTICIPANTES DA ABERTURA DA SEMANA PASTORAL





segunda-feira, 7 de maio de 2012

ÚLTIMAS NOTICIAS

PE. JOÃO JORGE 

PROGRAMA SEGUE-ME, DESTA QUARTA-FEIRA TRARÁ UMA ENTREVISTA ESPECIAL COM O PADRE JOÃO JORGE, SOBRE A SEMANA PASTORAL QUE SERÁ REALIZADA NO SEMINÁRIO DIOCESANO SÃO JOÃO MARIA VIANNEY; DE 14 À 17 DE MAIO...NÃO PERCA A ENTREVISTA....

É NESTA QUARTA-FEIRA AS 15:30 HS NA RÁDIO CATURITÉ 1050 AM OU PELO SITE: www.radiocaturite.com.br

PARTICIPE, ENVIE SUAS PERGUNTAS: (0**83) 3343-4226(PRODUÇÃO)/
3349-2100 (STÚDIO)
OU PELO E-MAIL: segue.m@hotmail.com

quinta-feira, 3 de maio de 2012

CRÔNICA DO PADRE...




PADRE DELAIR CUERVA
Há quem faça a pergunta: Mas o que é vocação cristã? Vocação é o
relacionamento pessoal com Deus numa perspectiva de fé e de seguimento
sincero às Suas leis:
- Escolher Jesus Cristo, não as riquezas;
- Seguir Jesus pobre e humilde.
Quem não souber aceitar a renúncia para acolher ao convite de Cristo,


ficará triste como o jovem rico, que era exemplo em tudo, mas não foi


capaz de se desapegar de suas ‘riquezas’: ”O jovem disse a Jesus:


Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta? Jesus


respondeu: ”Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o


dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me.


Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era


muito rico” (Mt 19,20-22).


As nossas tristezas vêm dos nossos apegos e ligações: quem é preso


não pode ser realizado e feliz. É por isso que Jesus nos quer como


crianças. Enquanto vão acontecendo em nós essas transformações, o Senhor


nos olha com amor na espera do nosso “SIM” em doação ao Reino de Deus e


aos nossos irmãos.


Dos humildes de espírito é o Reino dos Céus. Deixemos o Espírito Santo de Deus agir em nós! Vinde, Espírito Santo!
Jesus, eu confio em Vós





O SENTIDO DO TRABALHO


 O sentido do trabalho
Psicólogo Gilvan Melo

Ontem comemoramos o dia do trabalho. Para muitos não há motivos para se comemorar, uma vez que o desemprego é a maior das evidências neste dia. Inspirado em 03 de maio de 1886 nos Estados Unidos da América, após greve de trabalhadores em prol da jornada de trabalho de oito horas, países como a França, Portugal e Brasil mesclam protestos e festas no dia do trabalho. No Brasil, o 1° de maio tornou-se feriado a partir de 1895. Referindo-se este dia ao trabalho de base capitalista, caracterizado pela divisão entre patrões e empregados, salários, lucros, exploração, nem sempre foi assim.
Antes do capitalismo, no período ainda feudal, o artesanato, diferente da serialização do produto industrializado, era considerado uma terapia. Semelhante à obra da criação do mundo, cada peça fabricada à mão era a marca da pessoa que a criou. Trocada por outra peça, e não vendida como é hoje, cada artista/trabalhador se percebia na obra e transmitia, através dela, um pouco de si. Tal como afirmou Karl Marx, esta distância entre o técnico e a mercadoria, bem como a usura do lucro, são as marcas indeléveis do capitalismo selvagem. Diante disto, como encontrar sentido naquilo que fazemos? Como perceber-se e ser percebido no trabalho que executamos? Mais profundo ainda: como conciliar profissão e vocação num sistema que destaca a técnica (o fazer) e o lucro (o ter) em detrimento dos dons (o saber fazer) de cada um, da realização pessoal (o ser) e da melhoria da qualidade de vida da comunidade?
A logoterapia aponta alguns caminhos. Em primeiro lugar devemos tomar consciência de alguns dos sintomas neuróticos oriundos da produção capitalista na sociedade, a exemplo, a compulsão do workaholic e o vazio existencial da neurose do desemprego e da neurose dominical. O workaholic, ou o viciado em trabalho, faz de suas atividades um fim em si mesmo, perdendo de vista o bem comum; almeja a perfeição neurótica, o elogio dos superiores e o reconhecimento dos subordinados. A neurose do desemprego, dos quais são possíveis portadores cerca de 1,5 milhão de brasileiros (Cf: IBGE, março de 2012), advém do vazio existencial em decorrência da falta de emprego formal no mercado de trabalho. Para aqueles que possuem atividade remunerada, Viktor Frankl alerta para o perigo do mesmo vazio proveniente da ausência de trabalho nos finais de semana, tempo em que muitos deixam de praticar o lazer sadio (encontros familiares, esporte, viagens) para “encherem a cara” nos bares ou se entorpecerem nas drogas, em jogos de azar ou no sexo livre de compromissos.
Após tomar consciência destes e outros sintomas, podemos extingui-los através de atividades, formais ou não, que dêem sentido às nossas vidas. Se estamos nos tornando ou somos um workaholic, devemos tomar algumas atitudes: não levar trabalho para casa, não esperar elogios ou reconhecimentos de ninguém, porém visar o bem-estar coletivo daqueles que usufruíram do nosso trabalho; devemos também aproveitar o lazer para estar com a família ou realizar atividades diferentes da nossa função no trabalho. Se o desemprego bater à nossa porta, não devemos nos desesperar, mas realizar atividades filantrópicas que nos realizem como pessoas e evidenciem os nossos dons; planejar, a curto, médio ou longo prazo, ações visando a conquista de um emprego, tais como: cursos, capacitações, estágios, mesmo gratuitos, em instituições estatais ou ONGs. Para os neuróticos dominicais importante é refletir até que ponto o seu emprego lhe satisfaz como pessoa ou encobre um vazio presente em sua vida; deve assim dar um novo sentido ao seu trabalho ou buscar outro que melhor se adéque à sua personalidade, consequentemente deve também encontrar novas e mais sadias maneiras de se divertir.
Em suma, para que descubramos o sentido do trabalho é essencial encontrarmos o caráter de missão na profissão ou quaisquer atividades que executemos, pois o ato criativo nunca deve desaparecer na vida de cada um de nós. Além do mais, sendo únicos e irrepetíveis como afirma a logoterapia, faremos do trabalho uma forma digna de transformar o mundo, através do que fazemos e do que somos.

Psicólogo Gilvan Melo